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Se seu animal não come ração, Introduza-a aos poucos.

Mantenha sempre os cochos na sombra.

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Quantidade: consulte o seu veterinário.

lConcentrado x exercício: uma hora antes e depois

lToda alteração no arraçoamento precisa ser lenta e progressiva

 

Os alimentos que nutrem o cavalo estão classificados nas seguintes categorias: cereais, forragem natural, raízes e tubérculos, e forragem artificial.

No que se refere aos cereais, empregam-se a aveia, a cevada, o centeio, o trigo e o milho. Quanto às leguminosas, as favas também podem ser usadas.

A aveia constitui o melhor alimento do cavalo. Fornece-lhe músculos e energia sem excesso de gordura, exerce uma ação eficaz sobre o aparelho digestivo e é muito apreciada pelo animal. A aveia de boa qualidade tem grãos grandes e casca fina, é firme, seca e sem cheiro. A polpa deve ser branca e não apresentar nenhuma irregularidade. A aveia mofada — como todo alimento nessas condições — é muito nociva e provoca cólicas estomacais e intestinais.

A cevada é dura e indigesta. Deve ser preparada previamente. Triture e deixe na água durante 24 horas ou cozinhando-a.

 O centeio é de digestão difícil e tem a propriedade de "crescer" muito quando umedecido, o que pode provocar cólicas. Deve ser triturado ou posto de molho durante 24 horas.

O trigo, embora difícil de digerir, é um bom substituto da aveia.

O milho fornece excelente alimentação, mas só deve ser dado depois de moído com palha e sabugo.

As favas constituem um bom alimento, mas só devem ser dadas depois de trituradas ou maceradas.

O farelo de trigo é de digestão fácil, e assim sendo pode ser dado frequentemente, juntamente com aveia moída e palha picada, acrescentando-se um pouco de sal nos casos de animais que sofram do estômago ou dos intestinos. Todavia, o farelo produz mais gordura do que músculos.

Como forragem empregam-se o feno, a palha, o capim e, em caso de necessidade, folhas de árvore.

O feno é constituído pela desidratação de capim seco proveniente de pastagens naturais ou artificiais, de gramíneas e leguminosas.

O feno natural é composto de gramíneas (de hastes altas, cilíndricas e nodosas), que tenham sido ceifadas em campos de boa qualidade, não muito úmidos e na estação apropriada, e depois secas ao sol e imediatamente armazenadas no celeiro. O feno desse tipo tem uma cor verde uniforme e definida, e um aroma agradável. O feno fresco, que não perdeu ainda toda a sua água (ceifado menos de 2 ou 3 meses antes), pode causar graves enfermidades.

A forragem artificial (trevo, alfafa, sanfeno, etc.) é um excelente alimento, mas deve ser ceifado e armazenado nas mesmas condições do feno natural. Sua cor é mais escura e sua conservação exige mais cuidado, pois ele perde grande parte do seu valor nutritivo quando caem suas folhas e flores. Torna-se também rapidamente quebradiço e apanha mofo com facilidade.

No que se refere às palhas, distinguem-se as dos cereais e as das plantas dos brejos.

Têm um valor nutritivo bem diminuto (cerca de um quarto do valor do feno) e não servem senão como volumoso. O cavalo, na falta do que fazer costuma comer a palha que forra o seu leito. A palha dos cereais deve ser fornecida ao animal picada e misturada com outros alimentos. A da aveia presta-se particularmente para esse fim.

O capim constitui o alimento mais antigo e mais natural do cavalo. É necessário aos potros, para que o seu crescimento se faça corretamente. Contudo, representa também um alimento precioso e rico em vitaminas para os cavalos mais idosos, doentes ou convalescentes de moléstias do estômago, dos intestinos e dos pulmões. Pode ser dado ao animal em feixes, quando não for possível mandá-lo para o pasto.

Todavia, o valor nutritivo do capim, que contém muita água, é relativamente fraco, sendo preciso dar ao animal, em peso, oito a dez vezes mais do que o feno. Por essa razão o capim fresco deve ser considerado apenas como um reforço alimentar para os cavalos que trabalham. Não obstante, convém dar-lhes sempre uma pequena porção desse alimento, devido à sua ação refrescante sobre o aparelho digestivo.

O capim novo e tenro é fácil de digerir e age como um laxativo. Em oposição, o capim velho e duro costuma causar prisão de ventre. Quando o cavalo come capim cortado que já começou a fermentar e a desprender calor, corre o risco de ser acometido de perigosos meteorismos.

As folhas de árvores e arbustos podem, na falta de outra coisa, servir de alimentos para os cavalos. É mais aconselhável empregá-las quando estão secas do que quando verdes. As mais usadas são as de amora, algoroba. As agulhas de pinheiro são muito resinosas, convém recolher as folhas no verão e deixá-las secar bem à sombra, não ao sol. Quando mofadas, elas se tornam muito perigosas.

Entre as raízes, tubérculos, etc., que servem de alimento ao cavalo, podemos enumerar os nabos, rabanetes, cenouras, beterrabas, batatas, etc.

 Os nabos, os rabanetes e principalmente as cenouras constituem um excelente complemento alimentar, especialmente no inverno, e têm efeitos análogos aos do capim verde. Pode-se dar ao cavalo 8 quilos de nabos por dia, picados em pedaços não muito pequenos. O animal aprecia-os por causa do açúcar que eles contêm, mas seu valor nutritivo é pequeno.

A abóbora, cortada em fatias, pode servir de alimento, na falta de outro.

Entre os alimentos preparados temos os vários tipos de torta — de açúcar, de melaço, de bagaço e de sal — e as papas.

As papas são empregadas com sucesso na alimentação de cavalos esgotados, que tenham pouco apetite ou sofram de forma crônica do estômago e dos intestinos. Os que fazem trabalho pesado devem receber uma porção semanalmente. Elas são preparadas de vários modos. A mais comum é composta de uma mistura de farelo grosso, grãos de aveia amolecidos na água e um pouco de sal.

Para os cavalos que trabalham ou estão em treinamento é aconselhável dar a papa no sábado à noite, véspera do dia de descanso. Pode ser dada inteiramente fria ou ainda quente. Neste último caso ela exerce uma ação levemente laxativa. A papa azeda com bastante rapidez, tornando-se assim imprestável.

O açúcar é um alimento de alto valor nutritivo e de assimilação imediata pelos intestinos. Por essa razão deve ser dado ao cavalo que tem trabalho pesado a fazer, e especialmente enquanto durar esse trabalho. Convém ser ministrado igualmente em ocasiões em que o animal despendeu grande energia e quando se deseja que ele recupere as forças rapidamente. Nesses casos o açúcar faz às vezes grandes milagres.

Podem ser dados até 3 quilos por dia, seja em torrões dissolvidos em água. Não é aconselhável misturá-lo com aveia porque muitos animais passam imediatamente a recusar a aveia que não tenha sido adoçada.

Trata-se de uma guloseima graças à qual é possível obter excelentes resultados durante o adestramento.

O melaço é o resíduo que resulta da refinação do açúcar. É uma substância viscosa de cor castanha, que ainda contém bastante açúcar. Adicionando-lhe água, podemos empregá-lo como complemento alimentar, misturando-o à aveia, ao farelo, aos resíduos da beterraba ou à palha picada. Tem efeito laxativo quando empregado em grande quantidade.

Os resíduos da beterraba são constituídos pelo bagaço que resta após a lixívia e a prensagem das beterrabas no processo de extração do açúcar. Pode ser usado seco e misturado com outros alimentos.

O sal é um mineral que entra na composição de diversas forragens. Mas as forragens secas não contêm uma quantidade de sal suficiente para o organismo do cavalo, razão por que se deve dar ao animal uma dose suplementar de 50 gramas diárias.

Outros sais solúveis, tais como os do cálcio e do fósforo, são igualmente necessários ao bom desenvolvimento do cavalo. Em certas regiões são encontrados em pequenas quantidades nas forragens e na água, mas em outras essas quantidades são insuficientes, sendo pois necessário reforçá-las com uma dose suplementar, principalmente quando se trata de cavalos novos.

Para matar a sede dos cavalos só se deve usar água fresca e pura.

A água favorece a digestão e a nutrição, sendo imprescindível ao organismo do cavalo. A quantidade que o animal deve ingerir diariamente varia entre 20 e 30 litros, de acordo com o tamanho do cavalo, o trabalho em que é empregado e a estação do ano. A água deve ser límpida, incolor e refrescante, não devendo sua temperatura ser abaixo de 10 graus nem acima de 14. A melhor água é a das nascentes, mas a dos regatos, rios e lagos, principalmente nas montanhas, é igualmente boa. A água de poços geralmente contém sedimentos, convindo examiná-la previamente. A de charcos e cisternas não deve ser usada a não ser em caso de necessidade.

O cavalo possui um estômago relativamente pequeno o que deve ser levado em conta ao se determinar a maneira como lhe serão dados o alimento e a água. O hábito tem também o seu papel nesse particular e merece igualmente uma atenção especial.

A alimentação é fornecida normalmente três vezes por dia — pela manhã, ao meio-dia e á noite. A ração diária depende naturalmente do porte do animal e do trabalho que ele faz, mas pode ser calculada, em média, na base de 6 quilos de aveia e 4 a 6 quilos de feno. Para os cavalos grandes, para os que trabalham muito e os que se acham em fase de treinamento, a ração de aveia pode ser aumentada para 8 quilos. Quando se trata de cavalos de corrida, diminui-se a ração de feno de maneira a não sobrecarregar o estômago (em muitas escuderias de corrida os cavalos são alimentados quatro vezes por dia). É aconselhável diminuir, e às vezes até suprimir inteiramente a ração de aveia dos cavalos que não trabalham. O animal não mastiga bem a aveia quando não faz exercício suficiente, e isso pode pesar em seu estômago e provocar cólicas. O mais certo é dar-lhe mais feno ou outros alimentos fáceis de digerir (farelo, nabos).

Deve-se permitir que o cavalo beba a quantidade de água que ele achar necessária. Para os que são mantidos em boxes o caso se resolve facilmente, bastando colocar um balde com água num canto. Sem esquecer que um cavalo bebe até 40 litros de água por dia.

Quando o animal retorna ao estábulo com o corpo aquecido pelo exercício, ou quando é alimentado com cereais, principalmente a aveia, não é aconselhável dar-lhe água senão ao cabo de uma hora, sob pena de expô-lo a graves doenças. Por outro lado, não se deve dar água a um cavalo que está com o estômago vazio, sendo conveniente dar-lhe sempre um pouco de feno antes. Durante longas caminhadas pode-se, entretanto, deixar o animal beber água sem que haja perigo, embora seu corpo esteja quente, contanto que não beba muito depressa e seja posto em movimento de novo imediatamente.

Para evitar o perigo de contágios, convém que cada cavalo disponha de um balde individual.

Em todas as refeições ele deve receber forragens e água, sempre na mesma ordem. Primeiramente dá-se ao animal um pouco de feno para encher o estômago e abrandar a sua fome, de tal maneira que, depois de beber água, ele possa comer mais vagarosamente a sua aveia, mastigando-a bem.

A divisão da ração diária entre as diversas refeições deve ser feita levando-se em conta o tipo de trabalho a que o animal se dedica. Se ele só trabalha pela manhã — o que é o mais comum entre os cavalos de sela — a refeição mais abundante deve ser a da noite, que precede o repouso mais longo e mais completo, e lhe permite digerir e assimilar o alimento convenientemente. Se o cavalo faz trabalho pesado durante o dia inteiro e por conseguinte volta cansado à noite para o estábulo, a ração deve ser dividida em partes iguais entre as três refeições, já que um organismo cansado assimila mal uma grande quantidade de alimento. Deve-se deixar o cavalo quieto enquanto come. Não é aconselhável escová-lo, arreá-lo ou lidar com ele de qualquer outra maneira, pois quando se vêem incomodados os cavalos que são nervosos espalham seu alimento, comem depressa demais, sem salivar e mastigar suficientemente a comida, prejudicando sua digestão e assimilação. É aconselhável também conceder ao animal um período de repouso após a refeição, para que a digestão se faça corretamente.

 

 

 

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